Falar de mim é sempre uma novidade.
A cada dia me sinto uma nova e diferente pessoa.
E escrever sobre mim é mais difícil ainda.
A cada poema eu preciso morrer.
Eu escrevo dor: a dor da alma, da agonia, da tristeza.
É preciso senti-la.
Mas, no ponto final do último verso no ultimo parágrafo, eu ressuscito.
A realidade é um choque de reanimo.
Talvez, por eu morrer e nascer constantemente a cada fim, é que não me conheço o suficiente para me compreender a cada recomeçar.
Vivo a me descobrir e a cada descoberta fico ainda mais confusa de mim.
Minha "loucura" é escrita em desabafo do meu atordoante íntimo.
Dizem que escrever é coisa de louco.
Nenhum alucinógeno causa sensações mais ilustres como as do meu mundo surreal.
Meu exílio é feito da minha própria sombra. Refugio-me nesta ausência do dia.
Alimento-me da noite.
E aqui, deixo não apenas minhas palavras, mas a pergunta: quem eu sou?
Não receiem em dizer-me a verdade. Esta fere, mas já não me é problema.
Acostumei-me a viver machucada. Desejo suas sanidades psíquicas nesta tentativa de mim.
Enquanto isso serei como sempre fui: apenas milhares de partículas de átomos, perdida em milhares de partículas de palavras.
Autor (a): Emanuela Vieira
0 comentários